quarta-feira, 22 de julho de 2015

Thank you

I would like to thank the readers who sent me messages two years ago. Today I accessed the spam box by accident. I found so many unexpected messages and all very encouraging. Thank you.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Passeio a Monte Verde algures em 1995


 
 

Passeio, caminhada, pé longe são termos entre outros que sugerem a prática do globalmente conhecido por Hiking. Passeio a Baía das Gatas, Passeio a Jon Debra, Passeio a Calhau, Passeios do Norte d Baía à Praia Grande, Passeio a Fateja e Anspik, Santa Luzia de Terra, etc. Passeios de Escolas Secundárias, Passeios de Zonas, Passeios de Crianças, Passeios de Instituições várias. Quase sempre junto ao mar, momentos de prática do desporto ao ar livre em dias feriados, sábados, domingos. Banhos de mar, o barulho do vento e das ondas, o cheiro de cremes e óleos corporais típicos da praia. O passeio é a festa mais famosa da ilha.

O nosso super trio era formado por Fábio, Isa e Paulo. Amigos da zona de Fonte Cónego e apreciadores de jogos de consola, musica, poesia e de passeios. As cargas foram preparadas na véspera. Sanduíches, sumo fresquinho, guloseimas várias. O encontro era às seis em ponto. Partida de Fonte Cónego, destino Monte Verde. Ainda ensonados e com os pés sedentos de estrada, lá fomos conversando e soltando gargalhas, as que ficam cristalizadas no tempo. Em questão de momentos chegámos ao sopé do monte. E este ergue-se imponente perante nós. Nesse instante abre-se um portal com ligação a um planeta de paisagem acastanhada com pequenas colinas arenosas salpicadas de tufos verdes e ao longe, o mar da Salamansa. Uma pequena imensidão partilhada com algum gado que passa pastando.

Distanciar-se um pouco da cidade do Mindelo, apreciar novas percepções do espaço da nossa ilha cujo silencio esconde um pulsar selvagem que à primeira passa despercebido. Cada pedrinha que desliza, cada gafanhoto, cada joaninha, o som dos espaços vazios de gente e no lugar de casas um céu envolvente que atrai todos os olhares. Passeios espontâneos e sem nenhuma ocasião particular.

A estrada até ao cimo apresenta-se sinuosa, o ar começa a ficar mais fresco e perfumado, as plantinhas bravas e os insectos permitem-nos reconhecer a constância da vida e que as sensações aparentemente alheias ao quotidiano impelem ao reencontro com a essência da vida que dá um toque sobrenatural ao universo, sensações que ultrapassam barreira do tempo sentimo-las em criança e revivemo-las quando adultos. Finalmente chegámos ao topo, este apresenta-se cerrado de nuvens que impedem a visão para baixo. Decidimos parar para descansar. Fomos directos a uma cabana abandonada e lançámo-nos ao pequeno-almoço com direito a fogueira e tudo mais. Depois do lanche decidimos sair para continuar o passeio. À porta da cabana vislumbramos um céu azul. A cortina de nuvens afastara-se permitindo avistar a Mindelo ao longe, era apenas um pontinho pequenino de terra cercada de montes, céu e mar e tudo isso podia ser visto ao mesmo tempo. Foi uma revelação.