sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sequestro na Camara Municipal de São Vicente

Sobre a invasão da Câmara Municipal de São Vicente. É mesmo, aquela instituição de respeito, onde as pessoas trabalham para o bem estar e o progresso do município foi invadida, cercada e fechada durante um dia inteiro. Ninguém podia entrar, ninguém podia sair. Algumas pessoas foram presas, pessoas importantes mesmo, outras foram submetidas a interrogatórios infinitos. Do lado de fora, um aglomerado ligeiramente curioso, mas não havia ninguém a gritar: Soltem-me estou inocente, ou coisa do tipo...
São os bafos do fenómeno que se veste de um nome pomposo: co..rru..p..ção. Em crioulo é: caçu bodi mesmo, parece diminutivo porque termina em di mas o significado igual. Como se trata de uma classe de respeito há que usar uma espécie de suavizante para denominar acções cometidas por aqueles que trabalham em escritórios com ar condicionado, frigobar e carimbos decisores. E hoje ao fim da tarde houve uma manifestação a favor dos caçubodeiros de finas rendas. Sim reclamam por causa do sequestro e pedem justiça. Isso dá que pensar.

Mensagem do cartaz: "A população indignada com o sequestro na Câmara Municipal"

Simbolicamente essa manifestação diz: "Queremos que continuem com os negócios camuflados, não investiguem nada nada nada. Só uma minoria deve prosperar, a minoria que merece prosperar, queremos que continuem a desviar as verbas previamente destinadas para a juventude. Não queremos jovens a praticar desportos como patetas. Queremos sim jovens altivos cheios de grogue e minhocas na cabeça para não questionarem nada. Queremos mais jovens a seguir o exemplo desses pobres injustiçados que foram sequestrados pela polícia"


Façam fóruns, reflictam sobre a violência e a delinquência, isto é, tapem o sol com a peneira!! Clap clap clap... Pois aqui o chão está quente, o povão ruidosamente afirma que não quer saber de "coisas para todos". O que o povão quer é criar uma sociedade de minorias boas e bem estratificadas para poderem continuar um desenvolvimento disforme.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL DA UNESCO


A BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL DA UNESCO http://www.wdl.org/

Reúne mapas, textos, fotos, gravações e filmes de todos os tempos e explica em sete idiomas as jóias e relíquias culturais de todas as bibliotecas do planeta.Tem, sobre tudo, carácter patrimonial" , antecipou ontem em LA NACION Abdelaziz Abid, coordenador do projecto impulsionado pela UNESCO e outras 32 instituições.

A BDM não oferecerá documentos correntes, a não ser "com valor de património, que permitirão apreciar e conhecer melhor as culturas do mundo em idiomas diferentes: árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português. Mas há documentos em linha em mais de 50 idiomas".

Entre os documentos mais antigos há alguns códices precolombianos, graças à contribuição do México, e os primeiros mapas da América, desenhados por Diego Gutiérrez para o rei de Espanha em1562", explicou Abid.
Os tesouros incluem o Hyakumanto darani , um documento em japonês publicado no ano 764 e considerado o primeiro texto impresso da história; um relato dos azetecas que constitui a primeira menção do MeninoJesus no Novo Mundo; trabalhos de cientistas árabes desvelando o mistério da álgebra; ossos utilizados como oráculos e esteiras chinesas; a Bíblia de Gutenberg; antigas fotos latino-americanas da Biblioteca Nacional do Brasil e a célebre Bíblia do Diabo, do século XIII, da Biblioteca Nacional da Suécia.

Fácil de navegar !Cada jóia da cultura universal aparece acompanhada de uma breve explicação do seu conteúdo e seu significado. Os documentos foram escaneados e incorporados no seu idioma original, mas as explicações aparecem em sete línguas, entre elas o Português.

A biblioteca começa com 1200 documentos, mas foi pensada para receber um número ilimitado de textos, gravados, mapas, fotografias e ilustrações. Como se acessa ao sítio global Embora seja apresentado oficialmente hoje na sede da UNESCO , em Paris, a Biblioteca Digital Mundial já está disponível na Internet, através do sítio www.wdl.org .

O acesso é gratuito e os usuários podem ingressar directamente pela Web , sem necessidade dese registarem.
Permite ao internauta orientar a sua busca por épocas, zonas geográficas, tipo de documento e instituição. O sistema propõe as explicações em sete idiomas (árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português).

Os documentos, por sua parte, foram escaneados na sua língua original. Desse modo, é possível, por exemplo, estudar em detalhe o Evangelho de São Mateus traduzido em aleutiano pelo missionário russo Ioann Veniamiov, em 1840. Com um simples clique, podem-se passar as páginas de um livro, aproximar ou afastar os textos e movê-los em todos os sentidos.

A excelente definição das imagens permite uma leitura cómoda e minuciosa. Entre as jóias que contem no momento a BDM está a Declaração de Independência dos Estados Unidos, assim como as Constituições de numerosos países; um texto japonês do século XVI considerado a primeira impressão da história; o jornal de um estudioso veneziano que acompanhou Fernão de Magalhães na sua viagem ao redor do mundo;o original das "Fábulas" de Lafontaine, o primeiro livro publicado nas Filipinas em espanhol e tagalog, a Bíblia de Gutemberg, e umas pinturas rupestres africanas que datam de 8.000 A.C..

Duas regiões do mundo estão particularmente bem representadas: América Latina e Médio Oriente. Isso deve-se à activaparticipação da Biblioteca Nacional do Brasil, a biblioteca Alexandrina do Egipto e a Universidade Rei Abdulá da Arábia Saudita.

A estrutura da BDM foi decalcada do projecto de digitalização da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, que começou em 1991 e actualmente contém 11 milhões de documentos em linha. Os seus responsáveis afirmam que a BDM está sobretudo destinada a investigadores, professores e alunos.

Mas a importância que reveste esse sítio vai muito além da incitação ao estudo das novas gerações que vivem num mundo áudio-visual. Este projecto tampouco é um simples compêndio de história em linha: é a possibilidade de aceder, intimamente e sem limite de tempo, ao exemplar sem preço, inabordável, único, que cada um alguma vez sonhou conhecer.

Alejandro del Teso Herradón
Bibliotecário

quinta-feira, 1 de abril de 2010

MAIS ALÉM

Mais além

A leste das montanhas da nação Cherokee

um índio na motocicleta cruza o deserto

ao longe o cemitério onde dorme o pai,

mas ele sabe que seu pai não está ali,

É mais além

(Mais além)

A linha que separa o mar do céu de chumbo

A gaivota caça o peixe radioativo

O náufrago retém a última miragem

e morre como se continuasse vivo

É mais, é mais além

(Mais além)

Um pouco de exagero, não é nada demais

um olho nas estrelas, outro olho aqui

O astrônomo lunático brincando com o sol

descobre que a distância é mais do que um cálculo

É mais, é mais, é mais além

(Mais além)

A lua metafísica na poça de lama,

ponteiros que disparam ao contrário das horas

Hora de saber o que mudou em você,

que olha no espelho e não vê ninguém

É mais, é mais, é mais, é mais além

(Mais além)

O homem sobre a areia como era no início

roçando duas pedras, uma em cada mão

descobre a fagulha que incendeia o paraíso

e imaginou que havia inventado Deus

É mais, é mais, é mais, é mais, é mais além

(Mais além)

Letra de Ney Matogrosso
Na imagem: Ney Matogrosso