Caboverdianamente
Detém-te lágrima
Não ferimos ainda o último combate
Ah este desejar loucamente o sol
este ansiar febril por fonte que não há
Detém-te e espera
caboverdianamente espera
o dia em que
devagarinho
penetrarás
a terra seminada de esperança
Detém-te lágrima
que estás no limiar do reino encharcado de ol
do belo reino encharcadode sol
a razão crioula da nossa luta
Detém-te e olha
as palavras feitas raizes
entrelaçadas de amor
e sangue
confundidas na mesma seiva
que alimenta montes e sargaços
Detém-te lágrima
e aguarda
calmamente aguarda
caboverdianamente..
Um dos cem poemas de Ovídio Martins, extraído da obra "Gritarei, berrarei, matarei, não vou para Pasárgada" 1962
Detém-te lágrima
Não ferimos ainda o último combate
Ah este desejar loucamente o sol
este ansiar febril por fonte que não há
Detém-te e espera
caboverdianamente espera
o dia em que
devagarinho
penetrarás
a terra seminada de esperança
Detém-te lágrima
que estás no limiar do reino encharcado de ol
do belo reino encharcadode sol
a razão crioula da nossa luta
Detém-te e olha
as palavras feitas raizes
entrelaçadas de amor
e sangue
confundidas na mesma seiva
que alimenta montes e sargaços
Detém-te lágrima
e aguarda
calmamente aguarda
caboverdianamente..
Um dos cem poemas de Ovídio Martins, extraído da obra "Gritarei, berrarei, matarei, não vou para Pasárgada" 1962
Como diz o senso comum: "A História, repete-se a si mesma". Citar Ovídio Martins e este poema em particular é falar do caboverdiano como um ser humano que ainda está a trabalhar a Liberdade de "poder"trabalhar, de "poder" suprir as necessidades daquilo que faz falta, de "poder" ser e de "poder" fazer. O poema é de 1962 mas é mais ainda de 2010. Porque somos cabo-verdianamente aquele que se constrói buscando o desenvolvimento através da liberdade de Ser.
O desenvolvimento não é um corpo belo esguio mas sem mãos, o desenvolvimento é um corpo completo proporcional, alcançá-lo é ainda quase uma utopia, e quando alcançado será então algo duro de manter..
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