sexta-feira, 31 de julho de 2009

Holograma

Sobre a Mesa Redonda , oficialização da Língua

X (Explanação) -Evolução e caracterização da Língua, com subsídios da História, da Fonética, Fonologia, Morfologia, etc.

Contribuição A – Quanto à uniformização?
X – Isso já não depende do cientista, o tempo dirá…

Contribuição B – E a Doutrina, já está estruturada?
X – Afirmativo, mas há quem não concorde com a metodologia. Que apresente então uma alternativa. Mas penso que todos são a favor. Ela tem os três requisitos necessários para ser uma Doutrina (É Económica, é Funcional e Sistemática).

Contribuição C – sussurra) – Oi, oi! Coitados dos nossos filhos, vão ficar isolados!!!
X – Não podemos ficar dependentes de um sistema que muda de acordo dinâmicas diferentes das nossas, isso é estar isolado. Mas tal não é motivo para preocupações, pois as duas conviverão lado a lado. O objectivo é valorizar.

Contribuição D – Mencionou que há ramificações, qual é o Tronco?
X- O tronco é a origem, a mãe de todas...se é que existe um tronco.

Contribuição F – Esta Doutrina contém um estudo exaustivo de todas as outras ramificações?
X – Não

domingo, 26 de julho de 2009

Domingo de Verão

Domingo normal e corrente,
nas soleiras das portas ao fresco,
dos penteados de estreia.
Domingo que sabe a catchupa guisada com ovo estrelado, manguinha de terra...
Domingo
Que liberta um odor a óleo de côco e água do mar na pele.
Domingo à tarde de Nelson Ned.
De ressacas das festas de celebração da vida.
Domingo dos maravilhosos “Quando o telefone toca” e “Top às 10+”
Dos relatos de jogo que quebram o silêncio das tardes desertas.
Domingo do regresso daquele passeio inesquecível….

sábado, 25 de julho de 2009

mistério = origem

Estas coisas são mesmo assim, não se explicam, o mistério mantém-se.
Por isso, é sinónimo de fonte que implica vida e explica tudo. A paixão pelo mistério é igual a obsessão pela vida, igual a origem. As soluções estarão sempre aí nos primórdios de todas as coisas. Temos o princípio do éter, existimos e somos voláteis no tempo. Dorme em nós o conceito do fogo, nascemos, atingimos um certo ponto e extinguimo-nos como uma estrela, elas também têm um último brilho (que chega até nós instantes ou eternidades depois). Somos sólidos e quase 100% água. Contradizemo-nos como o Sol que se queima a si próprio enquanto distribui vida. Estamos onde queremos estar, ou onde queremos ser vistos? Sorrimos chorando, choramos por nada, tarde de mais. E continuamos. Com a Internet descobrimos uma espécie de telepatia, e isto é só o princípio, dizem. Apesar do complexo pelo nosso passado obscurantista, temos que admitir que a Probabilidade é a arte de premonição. Por vezes deixamo-nos levar pela armadilha invisível da ilusão de eternidade, mas em contrapartida sentimos saudades de nós próprios, a tal ponto que tapamos os ouvidos para evitar a audição daquela música que nos reporta para a dimensão que tentamos ignorar, por impotência. Daí o fascínio pelo mistério da vida.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Dedicatória

Dedico este blog para: todos os cabo-verdianos que não questionam nem a sua cabo-verdianidade nem a do próximo. Que se aceitam simplesmente como cabo-verdianos. Para aquele que viveu na era em que se era português só no documento e tinha menos direitos em relação ao da metrópole. Para aquele que conheceu de perto o Movimento Claridade, a corrente realista que inaugurou a pesquisa etnográfica em Cabo Verde. Para aquele que viveu a era independentista num país que tinha de se afirmar no mundo através da coligação política com o continente. O Africanismo desenvolve-se no contexto dos desmoronamentos dos impérios coloniais. A lusitanidade é substituída pela africanidade.Fernandes (2006) conclui que “nação crioula foi sendo adiada à medida que se abriram aos crioulos as portas para um nacionalismo lusitano ou africano, e não propriamente cabo-verdiano.”* Para aqueles que contribuem para a preservação e a divulgação do património cultural cabo-verdiano, lançando luz aos diferentes contextos. Para aqueles que cultivam a atitude reivindicativa do Capitão Ambrósio. Para aqueles que acreditam que a centralização dos poderes na Praia atrasa o país. Para aqueles que vivem nos outros municípios injuriados por esperar três meses por um documento que voou até a capital para ser gloriosamente assinado e que teve de ser emitido outra vez porque o original perdeu-se na gaveta do Sr. Dr. Para aqueles que lutam contra a injustiça dos projectos que vão das outras ilhas e mudam de autor quando chegam na Praia. Para os jornalistas que derrubam os clichés e investigam a fundo o que se passa em Cabo Verde contrapondo aos abutres preconceituosos que se acham os deuses da informação quando um político os telefona pedindo uma grande entrevista de conteúdo duvidoso, para acalentar a cabeça dos alienados. Para aqueles que conhecem Cabo Verde com as suas próprias capacidades sensoriais e intelectuais.
*Fernandes, Gabriel (2006), Em busca da Nação, UFSC