domingo, 27 de setembro de 2009

Feira: "Meet the authentic CV Mob"

A caminho da inaugração da casa do Dirceu, resolvi passar pela feira com o intuito de tomar uma correspondêcia que me enviaram da Praia. Logo à entrada, a primeira coisa que me saltou à vista foi um aglomerado pessoas sentadas numa esplanada, à direita, uma das entradas para os famosos stands. É perfeitamente legítimo a organização de actividades que dêem a conhecer os nossos produtos. Esperava encontrar um sítio animado com pesssoas simpáticas, dispostas a conversar sobre a sua oferta. Mas a sensação gélida e vazia invadiu-me no instante em que entrei. As pessoas engravatadas dos stands (agências, coorporações e universidades)limitavam-se a falar entre eles, ignorando o que se passava à sua volta e mostrando um par de objectos repletos de vazio. Uma atitude a explicar pela soberba característica ou pelo simples facto de não saberem agir por não entenderem o verdadeiro significado da festa? A ver. Feira de turismo sob o lema "experiência autêntica" (neste caso, autenticidade fabricada por uma família irremediavelmente invisível).

www.ericohiller.com.br

Não tardei a localizar os stands de artesanato (zona de boa aura), artesãos que se mostravam visisvelmente receptivos e alegres por participar de tamanho evento. E num outro extremo longínquo estava o diamante máximo da cultura caboverdiana. um stand sobre a Cidade Velha recheado de objectos simbolicos do referido património mundial. (Um grande passo, sem dúvida, para o desenvolvimento do país). Mas também todos sabemos que aquilo é explorado por uma empresa espanhola porque nós aqui não temos capacidade par tal empreendimeto.

Dei uma vista de olhos no programa e reparei que havia palestras a serem proferidas pelos mesmos dinossauros fósseis de sempre, porque desde a claridade e outros paradigmas seguintes, nunca mais nasceram pessoas capazes de tal proeza, por isso recorreu-se à coorporação Jurassic Park, que juntamente com outras coorporações de mesma antiguidade insistem em tentar convencer-nos que a torneira de intelectuais como os antigos está para sempre fehada, isto é já não existe. ("...obliterar aristas, intelectuais e cientitas do povoado para podermos dominar hehe", isso lembra-me um lema de uma ideologia que não convém aqui mencionar).


Entrei noutro pavilhão que dizia "exposição" Mas não hava nada em exposição. Havia duas mesas ocupadas por comidas e bebidas e pessoas à volta delas.. Saí e fui ver o que havia na esplanada onde estavam todos os visitantes da feira com olhos postos no nada.(é que não havia mesmo nada para ver, nem ouvir). Fui ler o quadro do cardápio, contente fiquei quando vi que havia torresmos, que adoro, pedi uns quantos e procurei uma mesa para deliciar as iguarias com uma imperial e tentar esquecer o frio da sibéria que apanhei nas sala dos stands. Por fim abandonei o local , feliz pela evasão e apreensiva pela realidade que acabara de deixar para trás.

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