Na década de 30, falar de exclusão social era blasfémia, então, eis que surge um grupo de intelectuais determinados em lutar pela ruptura do sistema, para a justiça social e para a liberdade do homem. Os claridosos.
Leia-se um dos poemas de Osvaldo Alcântara (pseudónimo de Baltazar Lopes da Silva), um dos responsáveis pelo movimento Claridade.
Passaporte para Pasárgada
Lá quem manda é o Rei,
que é amigo dos horizontes
e ouve as cantigas que os meninos cantam
na Rua Direita e na Rua do Sol»
«Quem tenha ouvidos e oiça, que vá.
Os surdos não entram em Pasárgada
Os surdos, entrego-os na misericórdia de Cristo,
que os há-de aperfeiçoar para a próxima reincarnação
Nesta não entram em Pasárgada.»
«Oh! Rei! Pela tua magnificência,
Concede mãos aos homens
para poderem ser cidadãos de Pasárgada…»
Este foi e é o nosso país…
A distância temporal dos anos 30 para o presente é apenas uma ilusão!
O inimigo é sempre o mesmo e não dorme, é omnipresente.
A construção do nosso país não está apenas nas mãos de meia dúzia de pessoas como nos querem fazer acreditar!
Sua Excia daqui e Sr. Ministro dacolá...O nosso vocabulário tem mais do que isso!!!
Tem também o senhor. Fulano, menina Beltrana, senhora Sicrana..
Atenção: Somos mais!! E cada um com a sua ciênca. Somos um só, somos o poder.
É preciso incluir a palavra Humildade no nosso quotidiano para podermos acreditar em nós mesmos e nos outros! Se ficarmos nesse ciclo vivioso do "o que fizeres hoje, eu destruirei amanhã quando estiver no poder" vai ser o fim, porque, assim esgotaremos os recursos, e a nossa sociedade entrará em descalabro, assim como acotece com o o equilíbrio da Natureza quando sucede o abuso dos recursos naturais.
Vamos rasgar as palavras de grandeza, não queremos ser grandes, queremos apenas existir com dignidade! Se escolhermos ficar grandes e vazios, podemos morrer de fome. Não somos balões!
Tenhamos em atenção ao nosso património natural e cultural porque eles existem e apresentam-se ao alcance dos nossos sentidos, e somos suficientemente racionais para cuidar dele, não somos animais irracionais!!
Os nossos antepassados ensinaram-nos a lutar pela justiça social para um Cabo Verde melhor.
Sim é difícil tirar os olhos do chão porque temos que trabalhar a “terra”, ok. Temos que criar os nossos filhos ok. Mas é exactamente por isso, para fazermos melhor é preciso olhar para o geral para compreendermos o particular e avançar. Ás vezes é preciso darmos um passo para trás para podermos continuar a jornada.
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