sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Olá

Na imagem: Capa do filme Trouble on the corner, de Alan Madison


Com uma frequência moderada tenho estado a relembrar uma conversa que tive com a mana... Faltavam poucos dias para me vir embora, ela virou-se para mim com um ar sério e preocupado e disse: "Bonga, estive a pensar, esta coisa de sentires saudades de tudo o que está ainda presente, acho que não está bem, olha um dia ouvi uma senhora idosa acamada que gritava num grito longo dorido lembrei-me de ti...A sério Bonga, olha quando puderes vê se consultas um especialistas destas coisas, para ver se isso te passa"





Falámos um bocado sobre isso, concordei em procurar um psiqualquerlista... Já lá vão dois anos e meio..Mas ainda não tive coragem. Isso tudoa propósito de um personagem dum romance que confessou ter o mesmo problema.




Será que há cura para isso..? E se for crónico, ou genético?




Sempre adorei música, na adolescência começei a descobrir bandas, a saber quem canta o quê. A minha amiga Marlene apresentou-me os Queen, no dia em que completei 15 anos. Ela disse-me assim: "O Osmar, amigo da Sheila, emprestou-lhe um CD muito bom. A primeira música é maravilhosa, vais adorar" Fomos ao quarto, sentei-me na cama ela pôs o Bohemian Rhapsody" Decidi logo que aquela seria a música da minha festinha de aniversário.. A partir daí os Queen passaram a ser a minha banda preferida.


Durante o dia deliciava-me com as músicas, andava sempre com walkman, ouvindo Pink Floyd, Vangelis, Enigma, Ace of Base, etc. Mas à noite não suportava ouvir nada porque vinha aquele sentimento sem nome.. A mana queria ouvir as músicas para ninar sono e eu não deixava,brigámos muitas vezes por isso. Aquilo tirava-me o sono tal era aquele "sentimento". Assim ela era obrigada a ouvir os programas da rádio, talk -shows etc.




Inicialmente decidi que este blog não seria para coisas pessoais, afinal who cares.. Decido agora que este blog não terá mais textos de críticas ecoisas do género (ufa!) ... Na verdade, foi uma determinada situação que me levou a criar este blog, daí os textos críticos e direccionados. O meu objectivo era ser útil e mostrar a verdade que podia para aqueles que se preocupam em observar e reflectir sobre os bastidores. Considero terminada essa fase... Estava como que em transe e obsecada. Atenção não estou a mandar tudo às favas, não pretendo dar maus exemplos. O certo é que ultrapassou-se a fase situação que me levou a criar este blog. Isso n ão significa que as coisas passaram a estar como deve ser, não. Pelo contrário. ( Lá estou eu mais uma vez, pá!) O que foi dito aqui mudou algo, é claro, simplesmente pelo facto de as coisas estarem escritas ao alcance de quem as quiser ler.




Será o fim deste blog? Talvez...Ya, who cares...




Voltando à vaca fria, não sou uma pessoa triste, mas a nostalgia anda ao meu lado sempre fresqunha. Aprendi a ouvir aquela música à noite, etc, não por masoquismo, mas porque penso ser necessário enfrentar e aceitar aquele sentimento, que ao fim ao cabo é um pilar do meu ser.

Tipo, "querido diário", tive dois deles (entre os doze e os 14 anos), onde estarão?


2 comentários:

  1. Estou aqui às gargalhadas com o "ver se isso te passa"... Perdoa a minha ignorância; ainda não tinha alcançado o entendimento de que sim, são coisas que fazem mesmo parte de nós.

    Amei a nova cara (e coração) do blog!!!

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  2. Bongall obrigada! E também fazemos parte uma da outra, e assim por diante...Um abraço de saudades!!!

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