sábado, 17 de setembro de 2011
Sabedoria popular
O Deus, O Universo
O Astro-rei, O mundo
O Soberano, O partido, O bando…
Vivemos num mundo de pilares centralistas.
A concentração de poderes (vulgo elitismo) é uma condição humana.
Esta aglomeração de autoridade que esmaga,
contém ironicamente a fonte da vida,
renovando-se de pele em pele.
Uma espécie de ciclo vicioso.
Ciclos de vitórias privadas
com trajes de humanitarismo imperioso.
O motor da vida é marginal.
As verdadeiras e anónimas vitórias,
são do fora e não menos decisivas.
Nelas encontra-se a chave do progresso.
Para uma melhor teoria da existência.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Aqui há tempo a mais
Aqui há tempo a mais
“Tempo é dinheiro.” Um dito popular global do quotidiano usado com mais frequência em territórios onde há uma percentagem de activos profícua ao fenómeno do progresso.
Em alguns casos seria melhor dizer: “Tempo é tempo”.
No nosso país, por exemplo, a maioria desconhece a ligação real de tempo a dinheiro. Aqui o tempo sobra. Para as gentes da terra há sempre tempo.
A humanidade tem plena consciência do mapa cujos caminhos levam ao progresso, mas, alguns humanos ignoram esses mapas. Há culturas que preferem acreditar numa hipotética organização excêntrica do caos. Simplesmente para alimentar a doce ilusão de se ser infinito no tempo.
Em Cabo Verde, que é um país a caminho do desenvolvimento, a avidez de plenitude reflecte-se no consumismo, na cultura da superficialidade e na falsa simplicidade zen que finge cultivar o profundo mas não sai da bóia. Quando isso é regra num país como o nosso, perguntamos que tipo de desenvolvimento pretendemos alcançar? É um desenvolvimento que realmente leva ao progresso? O que estamos a fazer com o tempo que “temos”?
O sistema imunitário humano aprende uma lição com cada invasão e evolui. Os genes, por sua vez, passam de geração em geração apreendendo a lidar com “os tempos”.
Com o tempo somos mutantes. Tal como águas passadas não movem moinhos.
A evolução, de acordo com Darwin, é oportunista, aproveita as mudanças do ambiente para avançar. Isso para mencionar sobre o valor do tempo.
Em alguns cantos do planeta há uma consciência de preservação ambiental, temos o exemplo do conceito da modernidade: “desenvolvimento sustentável”, que no fundo significa: pensar e agir de acordo com o bem-estar e o progresso das futuras gerações.
No nosso país, embora seja pobre, promove-se atitudes consumistas, elitistas e impessoais que consequentemente geram vários problemas sociais que enfraquecem a massa humana. Essa busca da imortalidade simbólica através da sede de plenitude leva ao esbanjamento do tempo que por sua vez corrompe a condição de país em desenvolvimento.
Desvanece-se em simbiose com o tempo, embora muitos tenham a certeza que ao medi-lo estão a exercer controle sobre ele. A falsa certeza de se controlar o tempo tem sido o guia espiritual para muito boa gente. Uma ilusão que ainda mora secretamente no coração de muitos que recusam consciente ou inconscientemente usar o tempo de acordo com o conceito de “desenvolvimento sustentável”.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Clic aqui: O vácuo
O Vácuo
Antigamente defendia-se que o centro devia emanar todas as formas e moldes de ser e estar. Não se acreditava na singularidade.
É certo que existe uma particularidade em cada elemento, cada elemento tem o seu ritmo próprio, a sua fórmula de vida.
Crescer acreditando que só podemos andar telecomandados suprime o desenvolvimento das nossas capacidades próprias. Fazer acreditar que a vida melhor está no centro é abrir caminho para a estigmatização negativa daquele que não vive no centro, o que consequentemente compromete o progresso geral.
Mas isso já é passado. Hoje em dia já não se lembra que existiu uma forma de vida para além do centro, hoje em dia o centro adquiriu vida própria, é um criador de novos conceitos. Melhor dizendo já não há periferia, não há forças produtivas capazes de criar a antítese do centro.
O centro em tempos foi uma opção viável. Mas hoje é a equação de vida mais aplicada. O centro está na moda. Quem não reconhece isso é alienado, parou no tempo, deixou de evoluir.
Falar de vida extra-centro é sugerir a existência de um universo paralelo ininteligível.
Um dos sintomas que denunciam o estado de anexado é quando se acredita que o extra-centro é debilitado, sem capacidades.
O centro executa anexações pela via da lavagem cerebral a longo prazo.
O centro não está distante, como parece, ele age em cada entrelinha do nosso quotidiano, é assim que a anexação avança. É assim que a fórmula extra-centro cede e passa a ser apenas uma memória ténue.
Antigamente defendia-se que o centro devia emanar todas as formas e moldes de ser e estar. Não se acreditava na singularidade.
É certo que existe uma particularidade em cada elemento, cada elemento tem o seu ritmo próprio, a sua fórmula de vida.
Crescer acreditando que só podemos andar telecomandados suprime o desenvolvimento das nossas capacidades próprias. Fazer acreditar que a vida melhor está no centro é abrir caminho para a estigmatização negativa daquele que não vive no centro, o que consequentemente compromete o progresso geral.
Mas isso já é passado. Hoje em dia já não se lembra que existiu uma forma de vida para além do centro, hoje em dia o centro adquiriu vida própria, é um criador de novos conceitos. Melhor dizendo já não há periferia, não há forças produtivas capazes de criar a antítese do centro.
O centro em tempos foi uma opção viável. Mas hoje é a equação de vida mais aplicada. O centro está na moda. Quem não reconhece isso é alienado, parou no tempo, deixou de evoluir.
Falar de vida extra-centro é sugerir a existência de um universo paralelo ininteligível.
Um dos sintomas que denunciam o estado de anexado é quando se acredita que o extra-centro é debilitado, sem capacidades.
O centro executa anexações pela via da lavagem cerebral a longo prazo.
O centro não está distante, como parece, ele age em cada entrelinha do nosso quotidiano, é assim que a anexação avança. É assim que a fórmula extra-centro cede e passa a ser apenas uma memória ténue.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Carta de um estudante universitário nas ilhas
Caro Brother,
Há muito que não tenho notícias tuas, tudo bem por aí? Assim espero.
Tenho algumas novidades, como sabes completei 21 anos, sem perspectiva de emprego decidi continuar os meus estudos.
Sou estudante do ensino superior, acredito que ao estudar estou a investir no meu espírito e a participar no desenvolvimento humano do meu país.
Quando terminar o curso continuarei a investir no ensino superior, vou construir a minha universidade. Já estou a imaginar: Um edifício imponente de betão armado, de aspecto sóbrio por dentro de acordo com a suposta seriedade do mundo académico.
Ah, aquele doce branquinho alvo das paredes, aquele cheirinho a papel fresquinho saído da fotocopiadora. Outra coisa ahm, dzê lá amigo.
É preciso faro para o negócio. Havendo terreno, investe-se em cimento, gravilhas, tinta branca, pronto, meio caminho andado, depois pensa-se nos pormenores terciários da biblioteca.
Mas eu apostarei na qualidade, nada de propinas de 13 ou 18 mil escudos mensais, a qualidade exige preços muito mais altos…Sim, se as propinas forem mais caras ganharei mais… Os professores ganharão mais e estarão mais sorridentes, permitindo um melhor clima nas aulas, os alunos terão melhores notas e orientar-se-ão melhor uns aos outros nas teses. Nada de pensar pequeno…
O mercado está virado para o ensino superior. Se trabalhas na função pública e afins, não te apoquentes com a inactividade, ou com o tempo morto ou mesmo com tédio laboral. Ultrapassa o bicho papão do livro de ponto! Estude ou seja professor numa dessas universidades, assim todos ficam sábios e felizes.
Amigo, é com prazer que escrevo estas linhas singelas, pois eu sei que estas novidades irão certamente despertar em ti um imenso júbilo de ver tanto progresso ao mesmo tempo. Espero que passes um bom Verão e esteja atento, onde há um terreno baldio, daqui a dias será uma alva, bela e primorosa universidade.
Com amizade
Bro.
PS: Brother, brother junta-te a nós e serás bem-aventurado.
e se não sabes gingar, então conta uma história (o mais pequeno irá cercar depois)
junta-te a nós, somos o futuro!! Turo uro uro uu
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
A eternidade à distância de um clic.
Num passado recente os computadores tiveram o tamanho de uma casa, mas num passado também recente, direto escrevia-se com c, as línguas mudam e nós quando testemunhamos essas mudanças sentimo-nos modernos. Porque para alcançarmos o futuro temos de criar eventos estruturantes que nos permitem delimitar o passado o presente e o futuro, as mudanças da língua têm também esse papel de delimitar o tempo. Basicamente criamos as portas para chegarmos onde queremos. Nada mais corriqueiro. Entretanto, por falar em portas, temos algo semelhante: o Windows da Microsoft, por exemplo, temos também a banda de rock The Doors, a ideia subjacente a estes dois fenómenos é a ideia de revolução, rumo ao futuro melhor
Sabe-se que os softwares começaram a multiplicar-se em nome do serviço da Internet. Daí a designação “Windows”, isto é, as “janelas” do mundo dito “virtual”. Internet, e- mail, chat-rooms, , jogos de sociedade on line, enfim… De ontem para hoje, temos telemóvel ligado à Internet. Anteriormente havia o telefone original, aquele com fios que transportam o som das nossas vozes e as nossas palavras, etc.Esses. Sonhamos com um futuro em que possamos falar uns com os outros através do pensamento…Será muito arriscado afirmarmos que já chegámos a esse almejado futuro?
Facto, parte de nós tem estado a viajar no espaço através de máquinas, aproximamo-nos, por assim dizer, da ideia de telepatia.
Hoje temos o futurístico facebook, que para uns já é quase passado…Aquilo que designamos de telepatia não será um pouco aquilo que fazemos no facebook? Os conservadores dirão que a telepatia só existe nos desenhos animados e que o futuro é uma coisa quase inatingível, que é algo apenas dos mais novos, aliás, dos que ainda não nasceram.
Imaginemos que o facebook original é aquele computador gigante do passado que cabia dentro de uma casa. Estamos ligados às máquinas por códigos. Tendo os códigos certos na mente não precisaremos de nada extra corpo para ficarmos on line e transportarmo-nos pelo espaço afora. Nada será tão obsoleto como um clic, nada será tão sujo como uma impressão digital num teclado… Será tipo: “Ah, que chatice daqui a uma semana tenho que transportar o meu corpo até a varanda” Isto é abdicar-nos do corpo, e ter “apenas” uma vida virtual. Num futuro próximo poderemos falar de uma nova raça humana?
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Estamos em festa
Estamos agora a celebrar simbolicamente a democracia, durante duas semanas temos festa quase todos os dias, sim o país está em festa.
Estamos em festa, os jovens sentem que têm o poder de decidir pelo seu país, muita sedução no ar…
Estamos em festa, combinamos encontros românticos em comícios, mascaramo-nos das bandeiras de nossas convicções, é verdade, sorrimos mais… Mais meninos vão nascer daqui a 9 meses…
Estamos em festa. Cada um com a sua ideia, sabemos que isso é bom…Rosnamos uns com os outros porque sabemos, consciente ou inconscientemente, que isso é importante para todos… E fosse sempre o mesmo também não haveria piada nenhuma. Uns mergulham em utopias, outros em batalhas supérfluas e o mecanismo funciona.
Estamos em festa, é só sorrisos e jejum de reuniões com conteúdo vazio e de espezinhamento verbal, é preciso aparentar doçura, não vá o diabo tecê-las.
Os partidos apostam fundos e energia para transmitirem as suas ideias da melhor forma possível. Aqueles que apostam no partido do governo festejam numa ardência de orgulho e emocionalmente convictos. Os que apostam nos partidos de oposição festejam convictos e emocionalmente certos de necessidade de mudança. Contudo estamos cientes que a festa tem um outro lado.
A Ciência política trabalha um conceito instrumental denominado de clientelismo. Como funciona isso aqui em Cabo Verde ? Por exemplo: Uma pessoa rica, fanática por um determinado partido financia o mesmo em vários aspectos, isso não é novidade, mas é tabu. É claro que todos temos o direito a um fanatismo qualquer. Mas há fanáticos cegos que apresentam uma preguiça mental e uma mesquinharia tal que todas as suas acções vão contra o progresso. Este tipo de fanatismo compra pessoas que em troca se convertem automaticamente. Este tipo de fanatismo promove a mediocridade e a superficialidade, promove o plágio, e a falsidade em assuntos que quanto mais autênticos melhor, em assuntos carentes que passam longe do superficial. E os seguidores manteigueiros igualmente avarentos, assumem descaradamente a sua falta de criatividade e vestem uma roupagem de tipo policial para que ninguém ouse criar… Por isso, um apelo: mais cuidado na selecção dos lunáticos….Please!!!
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
O Refogado da Eu
Amigos e receitas de culinária I
O Refogado da Eu
As amizades que fazemos ao longo da vida escrevem a nossa história, testemunham as nossas escolhas, as nossas vitórias, nossas dores…Cada amizade tem a sua particularidade que nos enriquece profundamente.
Uma amizade é feita de sorrisos, abraços e não só, inclui também desavenças, brigas, ciúmes, choques de opiniões, etc. Cabe a cada qual decidir se aceita o outro como ele é, senão corre o risco de ficar sozinho no mundo.
Pensamos num amigo por causa dum perfume, duma música e de tantos outros despoletadores de memórias…O paladar, este então nos leva aos cantos mais recônditos da nossa mente, somos capazes de viajar no tempo e sentirmo-nos crianças com o simples cheiro de cuzcuz, ou doce de marmelo ao lume…
Aahh o tempo das fatias douradas… Hoje em dia com a proliferação de estudos sobre a saúde/alimentação estamos mais informados de maneira que moderou-se na confecção de iguarias.
As guloseimas sempre fizeram parte do meu mundo… Na minha infância cinco escudos dava para comprar 10 bolachas doce… Havia os gelados de custard (sorvêt) da Dona Inácia, os rebuçados (rubçód) de dona Belóta, que Deus a tenha.
Esta ideia de receitas e blog tem como responsável inspirativo o filme Juie e Júlia.
Nunca fui de coleccionar livros ou folhas de receitas, quando preciso de alguma em particular vou consultar na biblioteca que estiver à mão. Mas há aquelas que nos ficam na memória e que damo-nos conta de reproduzi-las automaticamente. Quando um amigo sugere: “Vamos cozinhar um prato à minha maneira”, significa que a amizade atingiu o nível íntimo. Tudo a seu tempo, é claro. Os detalhes da confecção do prato convertem-se em os preciosos instantes, são autênticos momentos dourados, únicos. Aquele prato passa a carregar o sorriso da pessoa… A história acabou mal, ou mais ou menos, no problem, os bons momentos fizeram maravilhas nas nossas almas. E todos os momentos são enriquecedores.
Em 1998, fui morar com duas colegas de apartamento, havia a mais velha de todas, e a outra era um ano mais nova do que eu…Esta, da ilha do Fogo, muito linda por dentro e por fora. Olhos grandes, sorriso sincero, de estatura alta, formas de miss, tez clara, cabelo castanho claro… A Eu (diminuitivo do nome dela). Tínhamos muitos gostos parecidos, o mesmo curso, os mesmos filmes, documentários… Com ela aprendi uma receita que dei o nome de Refogado da Eu. Aqui vai: Ingredientes: Cebola, alho, polpa de tomate ou tomate qb; cogumelos; natas; chouriço; salsicha… Junta-se o azeite com um pouco a cebola e o alho, deixa-se alourar um pouco, depois junta-se os outros ingredientes, com o lume brando deixa-se ficar alguns minutos até a mistura ficar compacta, avermelhada e cheirosa… Pronto temos um óptimo recheio para sandes ou massas.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Olá
Com uma frequência moderada tenho estado a relembrar uma conversa que tive com a mana... Faltavam poucos dias para me vir embora, ela virou-se para mim com um ar sério e preocupado e disse: "Bonga, estive a pensar, esta coisa de sentires saudades de tudo o que está ainda presente, acho que não está bem, olha um dia ouvi uma senhora idosa acamada que gritava num grito longo dorido lembrei-me de ti...A sério Bonga, olha quando puderes vê se consultas um especialistas destas coisas, para ver se isso te passa"
Falámos um bocado sobre isso, concordei em procurar um psiqualquerlista... Já lá vão dois anos e meio..Mas ainda não tive coragem. Isso tudoa propósito de um personagem dum romance que confessou ter o mesmo problema.
Será que há cura para isso..? E se for crónico, ou genético?
Sempre adorei música, na adolescência começei a descobrir bandas, a saber quem canta o quê. A minha amiga Marlene apresentou-me os Queen, no dia em que completei 15 anos. Ela disse-me assim: "O Osmar, amigo da Sheila, emprestou-lhe um CD muito bom. A primeira música é maravilhosa, vais adorar" Fomos ao quarto, sentei-me na cama ela pôs o Bohemian Rhapsody" Decidi logo que aquela seria a música da minha festinha de aniversário.. A partir daí os Queen passaram a ser a minha banda preferida.
Durante o dia deliciava-me com as músicas, andava sempre com walkman, ouvindo Pink Floyd, Vangelis, Enigma, Ace of Base, etc. Mas à noite não suportava ouvir nada porque vinha aquele sentimento sem nome.. A mana queria ouvir as músicas para ninar sono e eu não deixava,brigámos muitas vezes por isso. Aquilo tirava-me o sono tal era aquele "sentimento". Assim ela era obrigada a ouvir os programas da rádio, talk -shows etc.
Inicialmente decidi que este blog não seria para coisas pessoais, afinal who cares.. Decido agora que este blog não terá mais textos de críticas ecoisas do género (ufa!) ... Na verdade, foi uma determinada situação que me levou a criar este blog, daí os textos críticos e direccionados. O meu objectivo era ser útil e mostrar a verdade que podia para aqueles que se preocupam em observar e reflectir sobre os bastidores. Considero terminada essa fase... Estava como que em transe e obsecada. Atenção não estou a mandar tudo às favas, não pretendo dar maus exemplos. O certo é que ultrapassou-se a fase situação que me levou a criar este blog. Isso n ão significa que as coisas passaram a estar como deve ser, não. Pelo contrário. ( Lá estou eu mais uma vez, pá!) O que foi dito aqui mudou algo, é claro, simplesmente pelo facto de as coisas estarem escritas ao alcance de quem as quiser ler.
Será o fim deste blog? Talvez...Ya, who cares...
Voltando à vaca fria, não sou uma pessoa triste, mas a nostalgia anda ao meu lado sempre fresqunha. Aprendi a ouvir aquela música à noite, etc, não por masoquismo, mas porque penso ser necessário enfrentar e aceitar aquele sentimento, que ao fim ao cabo é um pilar do meu ser.
Tipo, "querido diário", tive dois deles (entre os doze e os 14 anos), onde estarão?
sábado, 15 de janeiro de 2011
"O departamento da Cultura"
Na imagem: O "departamento da Cultura" em Cabo Verde
O “departamento da cultura” é ainda considerado algo a pensar antes (das eleições, nas inaugurações de tipo o rei vai nu) para se obter aclamação dos eleitores autómatos . E depois, “deixem os cães ladrarem, que a nossa caravana vai passar”- pensam.. No dia em que se começar a considerar a cultura como órgão vital do corpo, em vez de brincos de côco, talvez se fale deste departamento com algum respeito e não com silêncios insultuosos. Em campanha eleitoral ficar calado sobre assuntos que se pressentem delicados é uma opção pouco nobre. “A maioria não repara no silêncio”- pensam. Como se diz mais vale ser-se dono do silencio do que escravo das próprias palavras.
sábado, 8 de janeiro de 2011
O nosso sis-teima
Gostaria de citar uma passagem interessante e inovadora publicada num dos jornais da nossa terra. São palavras que muito raramente escapam à censura austera e aparecem impressas.
Para os conservadores tais palavras revelam nada mais do que rebeldia.
"O tempo dos gestores e directores -gerais nómadas, emperradores de sitemas e lacaios engravatados de um governo centralizador, está chegando ao fim, cedendo lugar a líderes de processos onde são muito mais enfatizadas as relações dinâmicas que as próprias entidades individuais."
Extraído do Artigo de Carlos Araújo in Jornal A semana , sexta-feira, 7 de Janeiro de 2010
Aprecio a ideia de Araújo. Na verdade, quem nunca conviveu com figuras denominadas de directores gerais de não sei quê, pode não ver bem o cenário. O que é facil para quem já visitou e ou convive com as figuras ridículas dos "lacaios engravatados" -Faltam mais apelidos: Mesquinhos, Fascistas, Servos (por ignorânica) da desgraça do povo e portanto da sua própria desgraça.
Mas simpatizo mais com a expressão emperradores do progresso do que a de "emperradores do sistema" utilizada pelo autor. E em vez de" governo centralizador" diria sistema centralizador. Porque estamos perante um problema de centralização que ultrapassa o domínio dos governos. Esta moda de centralizar, que começou com os modelos governamentais, foi adoptada a todos os níveis possíveis e imaginários, privados e semi-privados, dependentes, independentes, para o bem, para o mal, para coisas meio termo e também para as coisas assim-assim.
Sistemas de tal envergadura acabam um dia, mas leva tempo, pois, neste caso já é uma cultura. Já se pode sentir esta forma de viver no suor de cada um de nós.. Precisamos de tratamentos trangénicos para mudar. E para isso é preciso muita ciência... e paciência.
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